Este blOg é dedicado às minhas queridas sobrinhas ÍriS e Madalena.

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terça-feira, maio 26, 2009

[amar] Íris

Amar não é olharmos um para o outro, é olharmos juntos na mesma direcção...






[Antoine de Saint-Exupéry]





Íris,
Um dos livros que te quero oferecer é um dos livros da minha vida, deste autor. Para que nunca deixes de olhar com o coração de uma criança.

Falo do "Principezinho", claro está:)


Deixo-te aqui um resumo:


A história é narrada com base num diálogo entre o narrador e o Príncipezinho. O narrador "descobre-se" preso no deserto do Sahara, onde conhece um ser extraterrestre, uma criança que é príncipe.

O Príncipezinho vem de um minúsculo asteroíde designado B612. Neste asteroíde só existem três vulcões (um deles extinto), uma rosa e embondeiros. Os embondeiros têm longas raizes que crescem rapidamente, e para "manter" o seu asteroíde o Príncipezinho arranca todas as manhãs os pés de embondeiros para os impedir de destruírem o seu pequeno mundo.A rosa, o Príncipezinho trata com muito cuidado, já que a considera como sendo a coisa mais amorosa e rara do universo. Curioso em saber o que poderá existir noutros locais, decide explorar outros asteroídes. Visita vários, cada um deles com um habitante adulto que se revela "louco" à sua maneira.


Conhece um rei que acredita governar as estrelas. Diz às estrelas para onde se devem dirigir, e consoante descrevem o seu trajecto celestial, congratula-se pois aquela é o caminho que ele havia escolhido.Então o Príncipezinho encontra-se com um homem vaidoso, que só deseja ser admirado, mas que vive completamente sozinho no seu asteroíde.


Em seguida conhece um bêbado, que bebe para esquecer; mas o que tenta esquecer é a vergonha de beber. Conhece um homem de negócios, que pensa ser tão imensamente rico que acredita ser dono das próprias estrelas. De facto, passa todos os seus dias a contar as estrelas para ver se possui bastante riqueza para comprar mais estrelas.


O asteroíde seguinte é habitado por um pobre acendedor de candeiros que deveria ser admirado pela sua própria loucura porque insiste numa tarefa impossível: o seu asteroíde habitualmente girava a uma velocidade normal e o seu trabalho era acender o candeiro ao anoitecer. Agora o asteroíde completa a rotação num minuto e o acendedor de candeiros não tem descanso, mas é cumpridor da sua tarefa.


O príncipezinho encontra depois um geógrafo que desenha mapas durante todo o dia, mas que nunca saiu do seu asteóíde para explorar. O geógrafo pergunta-lhe onde vive e o Príncipezinho descreve-lhe o seu lar e a sua rosa com muito orgulho. Fica chocado pela falta de interesse do geógrafo no seu relato, porque as plantas são seres temporários e a rosa vai morrer um dia. O príncipezinho fica desolado ao saber que a sua querida rosa não vai durar para sempre. O geógrafo sugere-lhe que visite a Terra, e fica novamente melancólico ao avistar uma cerca de roseiras. Pensava até então que a sua rosa era a única no universo.


Conhece então uma raposa que o ensina a compreender que a sua rosa é única e especial porque é a que ama. Depois de contar ao narrador as suas viagens, o Príncipezinho pede-lhe que lhe desenhe uma ovelha para ficar a conhecer o seu aspecto. Mas o narrador não lhe fez a vontade, apena desenhou uma jibóia com uma presa no seu interior.


O príncipezinho queixa-se que não lhe pediu o desenho de um elefante, deixando o narrador intrigado até perceber então que o Príncipezinho consegue ver o interior do estomâgo da jibóia. Então o narrador pensa profundamente e desenha uma caixa. Isto deixa o Príncipezinho encantado, já que consegue ver a ovelha no interior da caixa.


O Príncipezinho quer regressar ao seu asteróide para ver a sua rosa e garantir que os embondeiros estão sob controlo. Conhece uma cobra que lhe dz que tem o poder para o fazer regressar, mas apenas se conseguir morder o Príncipezinho. Assim o permite o Príncipezinho, e de manhã quando o narrador acorda, o corpo havia desaparecido.

quarta-feira, julho 23, 2008

Perguntas


Pic1 by Donna deestea

Pic 2 by stoneth

As perguntas verdadeiramente importantes são as que uma criança pode formular - e apenas essas. Só as perguntas mais ingénuas são realmente perguntas importantes. São as interrogações para as quais não há resposta. Uma pergunta para a qual não há resposta é um obstáculo para lá do qual não se pode passar. Ou, por outras palavras: são precisamente as perguntas para as quais não há resposta que marcam os limites das possibilidades humanas e traçam as fronteiras da nossa existência.




Milan Kundera, in "A Insustentável Leveza do Ser"

quarta-feira, abril 30, 2008

'Na minha/sua rua'


Pic by Dick Verton


As crianças dizem e escrevem coisas fantásticas:


"Na minha rua as pedras da calçada são antigas. De onde virão elas? Será que foi numa montanha que elas estiveram?
Realmente eu não sei de onde é que elas vieram!
Se irei descobrir, isso não sei, só sei que para mim estas pedras de calçada são as mais bonitas que eu já vi.
Só não levo uma dessas pedras para casa porque não consigo arrancá-las do chão e também porque não quero que a minha rua fique feia. "

Maria, 9 anos

quarta-feira, março 05, 2008

Deficiências


'Deficiente' é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

'Louco' é quem não procura ser feliz com o que possui.

'Cego' é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

'Surdo' é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

'Mudo' é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

'Paralítico' é quem não consegue andar na direcção daqueles que precisam de sua ajuda.

'Diabético' é quem não consegue ser doce.

'Anão' é quem não sabe deixar o amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:

'A amizade é um amor que nunca morre.'


Por Mário Quintana




quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Todos nós

"Todos nós somos um pouco daquelas personagens, apesar de não termos ouvido os mesmos discos, lido os mesmos livros ou visto os mesmos filmes. Porque todos nós precisamos de rituais para aplacar a nossa ansiedade, todos nós desejamos pertencer aos outros sem nos alienarmos de nós mesmos, todos nós vivemos com a morte a rondar por perto, todos nós sofremos o desgaste da nossa pureza original, todos nós confundimos frequentemente o bem e o mal, todos nós somos animais sensuais domesticados pelos vícios da cultura, todos nós desejaríamos compreender tudo sobre todas as coisas, todos nós gostaríamos de nos resolver por dentro antes que a viagem chegasse ao fim. Mas só alguns de nós têm coragem de o fazer, enfrentando os seus demónios com igual ferocidade. Não custa nada parecer bonito e simpático. O que custa é ser autêntico e não ter medo de sofrer, sonhar e ser feliz. Tudo ao mesmo tempo, como nos filmes."

Comentário de Carlos Maia de Almeida ao livro "Sensualistas" de Claudia Galhós

quinta-feira, novembro 02, 2006

Look inside, once again a boy stole your heart...




"There is a smell of burning in your life,
and now, every memory of him is a second in hell...
Then, your heart is ready to burst, consumed by a vibrant fire...
and you are trying to forget, burning all the pictures and poems down..."

Pic and text by_Rolando Cyril

terça-feira, julho 18, 2006

I'm too sad to tell you




"Ela é o prazer de uma descoberta,
a paz de um abraço,
o orgulho de um hino,
a razão de um sacrifício,
o retrato de um coração,
o papel de uma caneta,
a camisa velha que não deixas de usar,

Ela és tu,
é a cadeira em que te sentas,
o carinho que precisas,
a família que não te falta,
o cabelo que voa ao vento,
o carro que te leva,
a nuvem que te sobrevoa,
o Deus que te ajuda.

Ela é o comando da tua televisão,
a dobradiça da tua porta,
a letra da tua música preferida,
a marca da tua cerveja,
a cortina que tapa o sol quando dormes,
o livro que queres escrever,
a orquídea que queres criar,
o centro da tua explosão.

Ela é o sapo que não quer ser príncipe,
o anão que se apaixonou pela branca de neve,
a música escondida de um CD,
a pena que águia deixa cair,
a única coluna da tua aparelhagem,
o dia do teu aniversário,
o postal que dispensa palavras,
o barco que leva o mar atrás.

Ela é a tua história em banda desenhada,
o teu período de juventude,
o teu apóstolo,
a razão da ampulheta,
o teu último suspiro,
o significado do teu primeiro choro,
o que só tu vês."

in O Cavaleiro da Pluma


pic por lucias-tears

domingo, julho 09, 2006

A importância do agora


Um dia perguntaram ao Buda, o que mais o surpreendia na humanidade e ele respondeu:

"Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde, por pensarem demais no futuro esquecem o presente de tal forma que nao vivem nem o presente nem o futuro, vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido."

E vocês? Será que vivem em absoluto o presente?

domingo, julho 02, 2006

Do sol


"Trago os braços soltos ao lado do corpo e deixo-os balançarem para a frente e para trás. Devem achar que sou doida. Sinto-me uma criança, não me importa, não penso em nada. Faço um esforço por concentrar-me nos pormenores das coisas. Balanço os braços e eles vão."

Jacinto Lucas Pires, "Do sol"

terça-feira, junho 20, 2006

O Quase




Hoje partilho com vocês esta crónica:

Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.

A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Luiz Fernando Veríssimo